O tijolo ecológico não é um produto novo, trata-se de uma evolução do tijolo de
adobe. Derivada da palavra árabe “thobe”, que significa barro, o adobe data de mais de
5 mil anos. As Muralhas da China, um dos mais antigos monumentos arquitetônicos do
mundo, são de terra. Assim como as muralhas, existem no mundo inteiro edificações
milenares que continuam de pé.
A terra é uma das matérias-primas mais antigas e abundantes do mundo. Embora
a grande maioria das edificações feitas com terra encontra-se em regiões africanas de
extrema pobreza, é um erro associar este tipo de construção à escassez de recursos, visto que o mesmo sistema construtivo é encontrado em bairros nobres franceses, alemães, na Universidade de Harvard, e também no Brasil em cidades históricas mineiras.
Atualmente o material mais utilizado nas edificações brasileiras tem sido o tijolo
cerâmico. Sabendo do impacto que a produção deste causa, desde a extração de sua
matéria prima (argila) até seu processo de cura através da queima e sendo a construção
civil a atividade econômica que mais gera resíduo, faz-se necessário e urgente a busca e
investimento em alternativas mais sustentáveis.
É aí que entra nosso protagonista ¨o tijolo ecológico¨. Sua evolução se deu
graças à tecnologia que permitiu agregar novos elementos à terra crua, o que garantiu
uma padronização, tanto em dimensões quanto em qualidade, e produção em grande
escala. Ele ganhou novo formato, com dutos nos quais, toda estrutura, instalações
hidráulicas e elétricas, são embutidas nas paredes sem geração de resíduos. E seu fino
acabamento tem ganhado cada vez mais espaço no mercado.
Sua versatilidade abriu caminhos para inúmeros estudos, dentre eles a
reutilização de resíduos oriundos de diversas atividades econômicas no processo de
fabricação dos tijolos, projetos de habitação social em sistema de mutirão onde os
futuros moradores podem produzir os tijolos e construírem as edificações.
Parcerias entre instituições de ensino e unidades produtoras do tijolo, associadas
à ANITECO (Associação Nacional das Indústrias do Tijolo Ecológico), têm se dedicado
no desenvolvimento de técnicas de produção e construtivas. Pois se acredita que o
produto tem potencial para atender com economia, segurança e beleza, desde habitações sociais até projetos arquitetônicos mais sofisticados e contemporâneos.
Renata Binhardi.
Sensacional a maneira que aborda cada assunto. Sucesso total!